sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Quando o sol sai de cena



Quando o sol sai de cena,
tinge o horizonte.
transforma amantes
em duas silhuetas
rogando ao tempo
que nao tenha pressa
de passar...
Quando o sol sai de cena,
leva as horas do dia,
deixa um gosto misto
de desesperança e pesar,
do que fora amor e desejo
de tantas noites de lua
quando clareia o mar.
E, os amantes
que um dia foram,
se mesclaram
àquela paisagem
de fim de tarde,
quando o sol sai de cena,
e a onda vem lamentar
nos pés da amada,
sua alma inquieta,
perdida em si
no refugio ,
na fuga,
na falta de ar
enquanto a amada
se desvanece em espuma
sob as noites de luar.

(AC. Lara)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Aquele menino

                                 Img: sea-wallpaper-5.jpg

Seu corpo de homem nao denuncia
Voce tao menino, tao fragil…
Lembra-me o mesmo olhar,
O qual um dia te entregou
Tao docilmente desprotegido
De você mesmo.
O qual logo dava lugar
A um riso de olhar longinquo
Alma que desconhecia
 O quanto enfrentava seus temores.
Nao encontro sentido
E pergunto-me pra onde foi?
Onde se escondeu?

Erga-te e responda
O quanto puder se ouvir.
Solte seu medo,
Deixe-o ir.
Como um peixinho
Sem ar e aprisionado
Rogando pra sair.

Como o mar que se move
a merce do vento,
Deixando-se fluir.
Deixando-se apenas ser…
Quem sabe aquele menino,
Que o tempo deixou perdido,
Refaça o homem acreditar
Que nao se pode 
Desacordar de sonhar.
Aquele menino
Tao mais forte 
Do que se pensa achar. 
Seu sorriso um dia maroto
Nascido da força
De quem merecia tanto…
E no entanto,
Cade voce?
Onde se escondeu?

Veja!
A chuva nao ofusca o sol
Que clareia o seu dia.
O mesmo dia 
De tantos outros dias…
A espera de voce.

Seja!
Quem nao precise ser.
força daquele menino
Que apesar de tudo,
Apesar de tao menino
Nao se deixava 
Pelo que fosse...
Aquele menino
Hoje refletido
Num outro menino.
Seu brilho, seu sorriso.
Mera lembrança... 
Da auto-suficiencia...
Do pouco caso
Com o que importunava
A liberdade que criava.

Ouça!
O vento traz a melodia,
Solte esse seu canto ,
Componha o que queira,
Nao importa quem queira
A sua melodia escutar.
Cante para se libertar.
Componha seu canto
Nao se dê conta
Se eh aceito,
Se o que importa,
Eh se aceitar.
Mais importante 
Do que se possa ter,
Eh vida que se trilha em aprender
Eh a sabedoria que se pode passar 
Semente que se repassa a diante…
Ser…
Jeito de se dar…
Lidar...
Maneira de se viver.

Siga!
Sua paz adormecida,
O seu menino interior.
Sua força sempre recolhida
Na coragem escolhida
Diante ceu sem cor.
Ceu de nuvens passageiras...
Que leva tudo... ate dor.
Faça chuva, faça sol
Nao se perca em desamor.







terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tenho tanto sentimento


"Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
"
(Fernando Pessoa)

Fonte/img: google